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Entrevistar alguém nem sempre é um trabalho fácil pra mim. Primeiro preciso lidar com a insegurança de chegar na lata e pedir uma entrevista, e se eu levar um fora??? Segundo: já repararam o quanto essas vocalistas são lindas? Você se sente extremamente intimidado pela beleza delas. Terceiro: e se a pessoa topar a entrevista o que acontece?? É o momento do surto. Do mini Heart Attack. Do "mãaaaaaeeee a Fernanda Hay me respondeu, to morrendo, to chorosa, to abaladíssima, to no chão". E é assim a cada nova entrevista pois você não sabe o que esperar das respostas e sempre são coisas surpreendentes. 
Agora imagine: talento, simpatia, beleza, sensualidade e tudo com um estilo de cair o queixo em uma pessoa só?? Apresento a vocês Fernanda Hay da banda Overdrive. Vem cair o queixo com a gente.

1- Qual o conceito central do álbum OVERDRIVE?
-Apesar de não haver de fato um fio conector entre as músicas, as temáticas giram em torno de um eu lírico que quebra alguns “pré conceitos” estabelecidos pela sociedade em geral e que começa a se questionar e confrontar alguns pensamentos, tentando ver o mundo com seus próprios olhos. Por vezes de maneira empírica, por vezes num questionamento profundo no seu mundo das ideias, sobre temas diversos, envolvendo objetivos de vida, barreiras psicológicas, sexo e sexualidade, etc..

2- O estilo de vocês é bem original. E muito disso se atribui à sua potência vocal. Qual o principal cuidado para manter esse vozeirão??
-Ual, será mesmo? Bom, o legal da banda é que todos nós somos bem ecléticos, apreciamos estilos musicais diversos e acho que essas influências acabam falando por si só nas músicas, dando uma sonoridade com cara de OVERDRIVE. (hehe) Mas obrigada pelo “vozeirão”!!  ( \o/ )
Bom, faço exercícios vocais diariamente, mas acho que apesar de toda técnica e estudo, o que na verdade mais importa mesmo na hora de cantar é falar com vontade e “coração aberto”, é QUERER comunicar e comunicar algo que faz sentido pra você cantor ou para você personagem que está interpretando um texto, uma ideia, uma história.. (^^)

3- Love Tricks é extremamente viciante. Na minha opinião tem uma pegada meio Bossa-Rock. Qual seu ponto de vista sobre a canção??
- Bossa-Rock? Olha só, gostei! (haha). Pra ser sincera,  Love Tricks foi uma das musicas que eu mais demorei pra me sentir confortável e achar um sentido que casaria com a cor da música na hora de interpretá-la e fazer a letra. Mas depois de pensar em mudar andamento, tonalidade, tudo que se pode imaginar, ela acabou mantendo a ideia geral que o nosso super guitarrista Luís Follmann trouxe. Quando eu entrei na banda já havia trechos de outra letra nessa musica, algumas coisas se mantiveram (o nome por exemplo), acrescentei uma temática de alguém se descobrindo, descobrindo desejos, vontades, experimentando sensações.. Acabou virando de fato uma música envolvente, adoro a mudança que ela sofre das estrofes para o refrão, é crescente e libertador! ( =D)

4- Qual sua música favorita no álbum e porque??
Aaaaai, não mande mamãe escolher seu filho favorito! Quando estavam sendo feitas, eu responderia na mesma hora que é a Traitor Troop. Depois me apeguei profundamente a todas, poxa! Mas se fosse para escolher uma, acho que seria a The Cave, gosto da mensagem dela! A letra foi baseada na Alegoria da Caverna de Platão, uma releitura claro, mas o fio condutor veio de lá, daí o nome inclusive. Aquela ideia de ver o mundo com os próprios olhos, ser responsável pelas suas escolhas e estar preparado para dar suporte às suas ideias quando te chamarem de louco (“Your own lens are leading you through”). Sem contar que a composição é fantástica, com momentos mais fortes, mais suaves, mais fritados, modéstia parte, os meninos tocam DEMAAAAIS! 

5- Há alguma vocalista brasileira que você deseje fazer um dueto??
-Poxa, será que cabe a lista toda? O Brasil está repleto de mulheres INCRÍVEIS, não cabe nem citar todos os nomes, mulherada está marcando presença forte! ORGULHO! Mas poxa, as que eu escutei desde pequena são a Dani Nolden e a Daísa Munhoz, maravilhosas, seria muito legal!! As meninas que eu tenho acompanhado o trabalho mais de perto é a Juliana Rossi, uma maravilhosa que canta muito; a Mizuho Lin, minha conterrânea japa, queridona e linda e a Stefanie Schirmbeck, outra maravilhosa que conheci na época que gravou com o Hangar; tem outra voz incrível que poucos conhecem a Lane Lothlórien, até onde eu sei, ela não tem trabalho autoral, mas além de ser uma doçura sem tamanho é dona de um timbre lindo, ia amar cantar uma com ela.  Já imaginou fazer uma música com todas elas e todas as outras brazucas incríveis? Sempre quis fazer algo assim e tentar converter o lucro da venda do single para o ensino de música nas escolas públicas. Podem falar que muita gente precisa comer mais do que estudar música, mas digo uma coisa, melhor que comer um prato de comida hoje é poder comprar a comida amanhã!  SER músico, dificilmente te deixa financeiramente rico, mas o estudo da música, além de ajudar sim na capacidade intelectual, também abre mentes e constrói pensadores, pensadores estes que podem ser grandes profissionais e pessoas (do meio artístico ou não) amanhã. Só o fato de conviver com esse tipo de sinestesia e dar sentido a sons, sensações, já é demais (músicos experimentais, contemporâneos, da contra-estética... Não me xinguem – obviamente estou sendo BEM superficial, ok?). =p

6- Quais são seus planos musicalmente?
- Poder continuar fazendo arte, por enquanto, essa é a minha ambição! Comunicar, expressar, confrontar pensamentos.. Acho que temos um time muito incrível na banda e estamos vivendo só o início de uma longa história! 

7- Quais são suas influências? Quais são seus cantores/bandas favoritos?
-Difícil, heim? Gosto de MUITA coisa. Mas O cara e A banda que mudaram minha vida, foi Bruce Dickinson e Iron Maiden (hehe). Se eu for explicar banda por banda, vai virar uma monografia, então vou apenas soltar nomes, cada um deles com sua devida importância: Pink Floyd, Etta James, Symphony X, DIO, Dream Theater, Lenine, Djavan, Humberto Gessinger, Engenheiros do Hawaii, Ella Fitzgerald, Clube da Esquina, Amon Amarth (tenho escutado muito ultimamente), Zakk Wyld, Johrn Lande, Metallica, Diana Krall, Tom Jobin, After Forever, Christina Aguilera, ... A lista é longa. 

8- Através das redes sociais, é possível ver que você sempre interagindo com os fãs. Você sente que eles são influenciados por você e o seu trabalho? E como você se sente diante a isso?
- Eu tento o máximo possível responder ao pessoal, acho esse contato delicioso, mas é difícil acompanhar tudo, esse ano principalmente, estou com o tempo curtíssimo, mas sempre que tenho tempo, eu respondo! Se são influenciados? Poxa, acho que tudo que interage conosco na vida, de certo modo, gera algum tipo de influência, seja tanto fortalecendo ou enfraquecendo seus pensamentos antigos, como criando pensamentos novos (que concordem ou discordem da coisa em questão). Mas obviamente umas coisas exercem tipos de influência mais fortes que outras (que podem ser quase insignificantes, inclusive). Acho isso fantástico, é incrível participar um pouco mais diretamente desse processo de construção (ou desconstrução) de pessoas, fazer parte! Se me permite dizer, compartilhar esse tipo de experiência/momentos com os outros é o que há de mais delicioso, às vezes não se precisa estar presente em carne, apenas em “ideia”, compartilhar vida! Adoro!

9- Como é escolhido o setlist da Overdrive? Vocês costumam fazer covers?
-Isso é um mistério, fazemos uma lista, se alguém quer mudar alguma coisa, explica o porquê e vamos adaptando. Mas não há muita neura nessa questão não. Quanto aos covers, depende do tamanho do show, se é um show curto, tocamos só as próprias, mas como a banda é bem nova, nosso repertório próprio dura em média 1hr e pouco. Para shows maiores, há a inclusão de covers sim, com o tempo haverá mais material nosso suprindo essa hora a mais.

10- Infelizmente nosso país não tem muito espaço para bandas de rock/metal. Não tem espaço para música boa na verdade. Como se sente em relação a isso??
-Acho que em lugar algum há espaço para nada, tudo tem que se construir. Algumas construções levam mais tempo, outras menos, isso é fato. Digamos que o Rock/Metal é uma das que leva mais tempo, mas em compensação o publico é muito receptivo e fiel! Como me sinto em relação a isso? Já fiz minha escolha, SIMBÓRA GALERA! (hehe) 

11- Qual musica mais marcou sua vida?
-Hallowed be ty name, do Iron Maiden. Sem dúvidas é a música da minha vida, até resolvi tatuar um trecho "life down here is just a strange illusion". Cresci escutando coisas de primeira, meu pai colocava Pink Floyd no último e ficávamos “pirando” durante o final de semana, mas foi depois do meu irmão me mostrar o The Best of The Beast do Iron Maiden que a minha vida mudou, alucinei. Meu pai me deu o The Number Of The Beast logo em seguida, o escutei durante alguns meses pelo menos umas 4 vezes por dia (com repeteco da Hallowed Be Thy Name), até comprar meu próximo (e próximo e próximo...)do Maiden (não sei como não furou) e tantas outras bandas fantásticas, me orgulhava da minha coleção de CDs (pena que hoje em dia é tecnologia quase remota). Guardava o dinheiro do lanche na escola (isso que eu era gordinha, alucinada em comida e na época o espetinho era um real! Hahaha) pra comprar CDs, mais tarde para comprar minha primeira guitarra (onde minha história com a música começou a ser levada mais a sério).


12- Rapidinhas (uiiii)
1- Seu signo: Gêmeos 
2-Esporte favorito: Musculação (tem gente que fala que não é esporte), eu corro bastante também e amo montanhismo e os que envolvem natureza.
3-Cor preferida: Vermelho
4-Que prato deveriam aprender a cozinhar com você?: Difícil, não é a toa que já pesei 98kgs. Modéstia parte, cozinho muito! (=p) Mignon na mostarda, talvez...
5-Filme que mais gostou: Star Wars (não me faça escolher um episódio), Contato (tem uma cena que é impagável) e Amor além da vida (chorei horrores).
6-Música que cantaria em público: Todas que der vontade, uai. O que vale é sentir o momento! (\o/)
7-Seu pior defeito: Perfeccionista?
8-Sua melhor qualidade: Amor fraternal "sem lemetez".
9-Seu ponto fraco: Soco no estômago, conta? 
10-O que te irrita: Muito difícil, alguns amigos já fizeram campeonato para ver quem conseguiria me irritar. Ninguém ganhou. Há coisas que me deixam chateada, mas não irritada. 
11-O que te deixa feliz: Fazer os outros felizes.
12-O que te causa medo: Que nunca mais seja feito um novo seriado de Star Trek, ou que seja feito e mudem a abordagem (como fazem nos filmes ¬¬). MUITO MEDO! (=X)
13-Que frase vive repetindo?: Estou com fome.
14-Que conselho daria a si mesmo?: Pense menos, sinta mais.
15-Para quem ou para que, vc não tira o chapéu?:  Ferenguis! Salve um ou outro. 
16-Um talento seu que ninguém descobriu ainda: Achar buracos de minhoca engolidores de tempo, quando vejo, lá se foi 4horas do meu dia, malditos buracos. 
17-Qual foi o seu maior mico?: Vou ficar devendo essa, não lembrei de nada! (=X) Mas tenho certeza que há incontáveis.
18-Atividade que mais te dá prazer: Conversar com pessoas incríveis. (presencialmente ou através de arte também funciona – livros, música, poesia ...)
19-Um lugar: Rivendell
20-Qual a mensagem que vc gostaria de deixar para a posteridade: Não te disse? Toca aqui! o/ (taca-le pau nesse hi-five, Nanda veia!!). 

13- Gostaria de agradecer a entrevista e a simpatia pela qual fui recebida. Sabemos que muitas vocalistas não são tão acessíveis. Deixe uma mensagem aos seus fãs :)
-Imagina, queridona! Não há mesmo o que agradecer!  Eu que agradeço pelo carinho e fofura! (^^) Galera, queria muito agradecer por esse calor que vocês nos dão, é incrível! Tenham certeza que é combustível para novas produções e incentivo para seguir em frente, vocês são demais!  Obrigada! (XD)

Keep overdriving! \m/

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Entrevista, edição e editorial por Sara Sthefany (equipe Deusas do Rock)

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