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Stephanie Dubick, da Bullettmedia, recentemente encontrou com Taylor Momsen bem antes do ano novo, para falar sobre o estado atual do rock and roll, o que ela acha sobre a internet, e porque tocar música na frente das pessoas é basicamente o melhor trabalho do mundo. Confiram:

Você escreve alguma coisa além de música?
Eu comecei a escrever quando eu era mais nova e meu jornal se tornou meu companheiro, e meu caderno se tornou meu melhor amigo. Eu estava viajando tanto que eu não tive uma infância normal com tipo, amigos no fim da rua, então eu penso que é onde eu comecei. Mas eu definitivamente fui de jornais, para músicas, para fazer estórias e eu também estou escrevendo um roteiro no momento. É como um ciclo que nunca acaba. Escrever inspira escrever. Então se você esta escrevendo uma estória e isso inspira uma música, ou você esta escrevendo sobre algo que fez aquele dia e isso inspira uma estória. Escrever qualquer coisa inspira escrever alguma coisa que é esperançosamente bom. E eu pinto e esculpo e desenho.

Que tipos de pinturas, desenhos e esculturas você faz?
Eu não tenho um nome para isso. É mais sobre manter minha mão se movendo sobe a página. Eu não pinto para mais ninguém, só para mim. No momento eu tenho uma grande tela que eu comecei antes da turnê, sem pensar que eu iria partir, e agora que eu olho para aquilo, eu não sei que porra eu estava pensando. Pintar é mais um hobby pessoal para manter meu cérebro se movendo e criando, mas eu não tenho um estilo.

Humores particulares afetam a forma como você escreve?
Não existe um humor em particular, mas existe esse tipo particular de estado de espírito onde tudo no universo estala e é algo diferente toda vez. É meio que mágico quando acontece. Você esta esperando por aquele momento que é rapido e você vai, ah isso funciona. Seja a noite e eu esteja de mau humor ou pela manhã e eu esteva de bom humor, eu estou esperando todas estrelas se alinharem para surgir com algo.

Eu acho que David Lynch falou que você não pode escrever quando esta triste; que escrever é melhor quando se esta feliz.
Eu não concordo com isso necessariamente. Eu não acho que isso é específico. É difícil falar sobre escrever, porque é diferente para cada música, cada linha. A única coisa em comum que você esta esperando para ser inspirado por algo é ter tudo magicamente alinhado. Você esta esperando por aquele momento. E é diferente toda vez que acontece.

No passado, você disse que não é fã da internet. Isso ainda é verdade?
Eu não odeio a internet, eu só não sei como trabalhar com isso muito bem. Eu realmente não me importo com isso tudo. Eu realmente não me interesso em viver minha vida em, essencialmente, uma vida falsa. Quer dizer, a internet não é real. Você fecha um computador e não existe mais. Então eu não gosto de viver minha vida na internet por vários motivos, mas eu também não sei como lidar com isso. Eu não sei se é só ignorância ou  se sou eu escolhendo não acompanhar as tendências ou não se importar. Acho que eu realmente não me importo. Eu prefiro estar pintando ou algo do tipo.

Eu acho que não ter uma conta no twitter ou uma página no Facebook, é legal.
Eu acredito que como uma artista e como uma banda, a internet é realmente prestativa como uma ferramenta promocional. Eu tenho uma conta no Twitter, mas é só para atualizar meus fãs e mantê-los informados sobre o que nós estamos fazendo como uma banda, mas não é sobre a minha vida pessoal. Eu não vivo minha vida na internet em uma base diária.

Como uma compositora e guitarrista, eu estou curiosa a respeito do que mais pesa para você: melodia ou letra?
Melodia, provavelmente, mas tudo tem que ser igualmente bom. Se qualquer parte da canção esta atrasada, então não é tão boa quanto pode ser, acho que elas são ambas importantes. Mas a melodia é o que vai capturar alguém primeiro, e a letra é o que você descobre depois que você ouviu a melodia algumas vezes. Eu sinto como se a letra fosse uma joia escondida em uma música. Não é a primeira coisa que você percebe quando escuta uma música pela primeira vez, mas é uma coisa para você investigar depois que você compreende a melodia. Então você fica tipo; o que ela realmente esta falando? Então você presta atenção e você tem outro lado de coisas para se descobrir em uma música.

E quando você escreve você gosta de escrever sobre problemas políticos ou sociais que afetam você? Ou você basicamente escreve sobre as suas próprias experiências?
Depende da música. Toda música é muito pessoal para mim em diferentes aspectos, mas no dia a dia, tudo são apenas palavras. Eu acho que essa gravação é diferente da primeira. A primeira foi obviamente um pouco mais pessoal, liricamente, se você a escuta e escuta  – Quero dizer, nós viajamos pelo mundo por dois anos e isso definitivamente colocou minha vida em uma perspectiva completamente nova – está refletindo as experiências dos últimos dois anos. Elas são igualmente pessoais, só que pode não ser tão óbvio.

Como tem sido fazer uma turnê mundial?
Tem sido ótimo. Eu sempre gosto de dizer que é uma viagem muito longa para trabalhar. É um voo de 20 horas para tocar por uma hora. Tocar shows é ótimo e você não pode pedir por nada melhor do que isso, mas a viagem não é minha parte preferida de forma alguma. É um estilo de vida muito interessante, muito vagabundo, mas eu amo o que eu faço e você meio que aprende a lidar com as dificuldades e esperar pelo show da noite. É realmente o trabalho mais foda em todo o mundo.

Você lembra a primeira vez que fez um show em frente a uma multidão?
Sim, eu lembro meu primeiro show. Foi no E! News e foi na frente de muitas pessoas. Foi no The Annex em New York City, que é um pequeno clube, e eu tinha várias amigos lá e várias pessoas que eu não conhecia, então eu não sabia o que esperar. Mas isso foi eras atrás de hoje.

Isso é definitivamente uma observação cliché, mas esse novo album soa muito mais pesado e muito mais agressivo que o albúm anterior. Isso foi intencional?
Eu não acho que foi intencional, eu acredito que foi apenas onde estávamos indo como uma banda; nossa música estava naturalmente indo nessa direção. Eu acho que o objetivo com essa nova gravação era escrever músicas melhores que a última. Quando nós fizemos nossa primeira gravação, ainda não tínhamos tocado ao vivo para uma audiência. Nós escrevemos a música em estúdio e gravamos as músicas em estúdio e então saímos em turnê. Agora nós temos feito turnê por dois anos e desenvolvemos com como uma banda, porque nós não tocamos com playback ao vivo. É bem simples – apenas duas guitarras, baixo e bateria – E com essa gravação, nós realmente queríamos capturar tudo isso. O que nós aprendemos é que tirando da música essas pequenas produções como sinos e assovios, na verdade deixa a música mais pesada. Essa gravação captura como soamos ao vivo, mais do que o Light Me Up capturou. Mas a gravação ainda possui elementos de uma gravação e não apenas uma performance ao vivo, só ficou mais pesado.

E eu acredito que você mencionou em entrevistas passadas que o rock and roll na era digital está meio que em falta.
Capturar o elemento da emoção humana em uma gravação, esta em falta, eu acho que é uma das coisas mais difíceis de fazer, mas também é algo que me da uma alma. Quero dizer, tudo bem ter um computador como ferramenta para aprimorar sua arte, mas quando o computador começa a fazer a arte por você, não é mais arte. Você não pode deixar a tecnologia tomar controle quando você esta criando; você deveria usar isso apenas para realçar e criar algo original que dure. Se resume a se o som é bom ou não.


Então quando deveremos esperar o lançamento do novo album?
Bem, “Heaven Knows” acabou de sair nos Estados Unidos, Mas estará saindo mundialmente em Janeiro. Eu continuo me confundindo com essas datas de lançamento, porque há tantos territórios que estamos cobrindo, mas “Heaven Knows” (que é o novo single) deve ser lançado mundialmente em Janeiro, e estamos fazendo um vídeo para isso. E a respeito da nova gravação, ela estará saindo em Março, finalmente. É tedioso não ter uma nova gravação lançada. Assim que você toca algum som ao vivo você esta essencialmente lançando-o via Youtube, e uma merda de gravação de celular não é exatamente a forma como você quer que as pessoas vejam sua música que você vem trabalhando por anos pela primeira vez. 


Tradução feita por Cássia Harquail, da equipe do OnlyTPR. 

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