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A Taylor Momsen deu uma nova entrevista, (bem extensa e muito interessante) para a Pollstar, antes do show em Scottsdale  - Arizona, no dia 7 de outubro. Confiram a tradução!


Olhando sua página no Wikipédia, eu vi um item que Heidi Montag gravou uma música, alguns anos atrás, que você escreveu quando tinha apenas 8 anos de idade. Isso é verdade? Há quanto tempo você vem compondo músicas?
Eu comecei a compor músicas desde que aprendi a escrever. Eu comecei a trabalhar quando era criança e me mudei bastante, então meu notebook se tornou meu melhor amigo.


Mesmo começando sua carreira atuando e sendo modelo, você sabia que queria construir uma carreira no mundo da música?
Sim, sem dúvidas. Mas você tem que pagar o aluguel e eu tive que esperar até eu escrever um material que valesse a pena, que eu quisesse que as pessoas ouvissem. Você sabe, eu não gostaria de lançar uma música que eu escrevi quando tinha 8 anos de idade.

Então, um pouco mais de história – The Pretty Reckless foi a sua primeira banda ou você esteve em outros grupos antes desse?
Não eram bandas que alguém conheceria, mas eu já toquei com outras bandas antes. E eu gravei em estúdios com produtores diferentes, tentando achar o ideal e as pessoas certas para tocar junto comigo. Eu conheci Kato (Khandwala) que produziu o Light Me Up e o nosso novo disco (Going To Hell). Ele me apresentou ao Ben (Phillips), e Ben me apresentou ao resto da banda. Nós nos demos bem imediatamente. E isso é muito difícil de achar nessa indústria – pessoas com quem você é musicalmente compatível – especialmente quando há pouco rock.

O estúdio no qual vocês estavam gravando o disco “Going To Hell” foi destruído pelo furacão Sandy. Como isso afetou o processo de gravação?
Isso foi muito devastador. Eu acho que ninguém estava esperando que isso fosse tão ruim quanto realmente foi. Nós estávamos gravando em um estúdio chamado “Water Music” em Hoboken, NJ, o qual está atualmente em uma zona de inundação, por isso é chamado “Water Music” (traduzido ao pé da letra: Música de Água)... Agora nós o chamamos de “Underwater Music” (Música embaixo d’água). [risos] O estúdio poderia inundar com tempestades muito fortes, mas nós tínhamos o Estúdio B, e aquela sala nunca inundava. Então, todos do estúdio colocaram suas coisas em nossa sala, se preparando para isso (no caso, para o furacão Sandy, que obviamente viria acompanhado de tempestades). Todos estavam dizendo “Essa sala nunca inunda, está tudo bem”.  Então eles se mudaram para nossa sala – e ela ficou cheia de água e lama. Isso acabou com milhões de dólares de equipamentos, gravações e guitarras, o que era muito devastador. Eu acho que a pior parte foi o tempo que levamos para achar um novo estúdio e reconstruir nosso arsenal para regravarmos tudo. Mas nós escrevemos a música “Going To Hell” depois de tudo aquilo, então...

Eu li que a música [Going To Hell] foi inspirada por toda essa experiência. Isso é verdade?
De alguma forma, sim. E também... Nós tivemos mais tempo para escrever porque tivemos que reconstruir tudo e isso levou meses. Nós estávamos querendo colocar mais uma música (no disco) e também queríamos uma frase que definisse o disco de uma forma simples e distinta, e “Going To Hell” pareceu ser perfeita.

Onde vocês terminaram de gravar [o disco]?
Nós gravamos em um estúdio chamado “The Barber Shop” e acabamos finalizando o disco, a última música foi gravada... Nós acabamos voltando ao “Water Music” após eles reconstruírem e terem suas coisas de volta. Então nós começamos no Water e terminamos no Water.

Esse é o seu segundo álbum. Como “Going To Hell” pode ser comparado ao primeiro?
Eu acho que a primeira coisa é que esse é bem mais pesado. A segundo coisa é que esse é muito mais, acho que posso usar a palavra “adulto”. Eu escrevi o primeiro disco quando tinha 15 anos e agora estou com 20, então eu, definitivamente, evolui. Esse disco é muito mais um disco de uma banda do que “Light Me Up”, porque após viajarmos pelo mundo com a turnê por dois anos e meio, nós realmente desenvolvemos um som. Esse disco é muito mais despojado, não há um monte de sinos e assobios na produção... Muito honesto, muito bruto, exatamente como parecemos. Não houve nenhum “Como vamos tocar isso aqui ao vivo?”... Então isso é excitante!

Você descreve “Going To Hell” como um disco realmente de uma banda. Então, para o processo de composição, houve algo no qual todos vocês contribuíram?
Bem, Ben e eu escrevemos as músicas... Nós começamos a compor esse álbum com a ideia de algo sem limites, sem seguir nenhuma tendência. Tudo o que sai, sai. Basta escrever boas músicas, esse tem que ser o objetivo.

Você ainda leva um caderno com você para anotar suas ideias e depois levá-las para o Ben? Ou vocês compõem juntos?
Eu levo um caderno comigo para qualquer lugar. Assim como qualquer compositor vai dizer a você, você está constantemente escrevendo e pensando e procurando por ideias. Eu sempre digo que se eu soubesse de onde a inspiração veio, eu me mudaria para lá. Essa é a minha piada. Nós escrevemos separados e, então, juntos e algumas coisas sou somente eu e outras é uma combinação de algo meu e do Ben.

Com o novo disco sendo chamado de “Going To Hell”, o que apela para o lado sombrio do rock n’ roll?
Sombrio é uma perspectiva, e eu não chamaria esse disco de sombrio só porque eu o chamei de “Going To Hell”. Eu quero dizer, primeiro de tudo, nós usamos a religião como uma metáfora. Não é para ser levado literalmente. Você pode se você quiser, mas... Eu cresci católica, então a religião é uma metáfora. Então eu não o chamaria, necessariamente, de um disco sombrio. Eu usaria a palavra “pensativo”. Esse é um disco muito pensativo e é para ser ouvido como discos da velha escola, onde você se senta no seu quarto com as luzes apagadas, com um par de fones e o escuta do início ao fim, de novo e de novo. Não são três minutos de música pop. É realmente uma obra de arte. Isso foi escrito para compor um álbum. As músicas não foram escritas para serem singles, como a indústria de música atual está fazendo... Quanto mais você ouve, mais você vai descobrir coisas diferentes e significados diferentes nas músicas.

Eu não sei se você tem visto isso nas notícias durante os últimos dias. Eu queria saber qual é a sua opinião sobre a carta aberta de Sinead O'Connor para Miley Cyrus. Não tanto no que ela estava falando especificamente para Miley, mas apenas o tópico em geral.

Estou tão por fora no que está acontecendo agora. Durante uma turnê você está vivendo em tal bolha que eu acordo todas as manhãs e pergunto? "Onde nós estamos?" Então, eu realmente não tenho nada a dizer sobre isso, porque eu não sei o que está acontecendo.

Basicamente, Sinead avisava Miley sobre a indústria da musica explorar jovens cantoras para fazer dinheiro delas. Eu sei que você não se esquivou da nudez. Por exemplo, seu recente pôster promocional da turnê.

Você está falando sobre sexualidade agora? O pôster promocional não era para, primeiro de tudo, ser algo sexual. Eu tweetei aquilo sem nem pensar nesse sentido. Quer dizer, eu acho que [risos], mas isso vem de uma séria de fotos. Ela foi tirada no shoot para a capa do álbum. Então, quando a sequência de fotos sair, eu acho que isso vai fazer mais sentido no contexto do álbum. Mas isto é, você sabe, isto é um pôster promocional. Eu acho que sexualidade e música sempre caminharam juntas, desde o início dos tempos, mas eu não acho que há uma necessidade de explorar excessivamente... Isso pode ser uma ferramenta de marketing, mas eu acho que a música tem que vir primeiro.

Então você não sente como se a indústria de música tivesse te forçado a tirar fotos como essa?
Qualquer coisa que eu faça é muito... Sempre há um significado artístico, pensativo por trás disso, mas... As pessoas não levam isso para o caminho certo. Tudo o que eu faço, tem um significado artístico por trás, mesmo que tenha sexualidade dentro disso.

Você vê a sua fama da carreira de atriz mais como uma benção ou uma maldição, tanto quanto a banda?
Eu acho que é uma combinação. Isso me ajudou de varias maneiras, as pessoas estavam familiarizadas comigo – então, isso não afetou em nada. Mas, certamente, sair da cultura pop da televisão e dizer “Ei, eu tenho uma banda de rock” [risos] e ter pessoas me levando a sério, sendo uma garota de 15 anos... Foi definitivamente algo para superar. Mas eu acho que a música falar por ela mesma e eu acho que, agora, as pessoas me veem mais como uma musicista do que como uma atriz. Quero dizer, eu não atuo há quatro anos. Esse era apenas um trabalho diário para mim. Eu tinha que pagar meu aluguel.

Há algum plano para atuar? Ou é só música daqui em diante?
Música é, certamente, o foco e sempre estará em foco, mas nunca diga nunca. Se o personagem certo vier de alguma forma ultrajante, possivelmente [irei atuar]. Mas, no momento, não é algo que eu quero muito.

Como a turnê está indo até agora?

Até agora foi ótimo… Os shows estão sendo realmente arrebatadores. É um bom conjunto, uma mistura do material antigo de Light Me Up [incluindo] "Hit Me Like A Man" e duas canções, obviamente, de "Going To Hell". Foi lançada a música "Follow Me Down", então nós estamos tocando isso e algumas músicas novas que ainda não foram liberadas ainda. É um tempo muito divertido.

Como são fãs reagindo à música nova?

Tudo o que eu ouvi de fãs que encontrei na turnê e tudo o que tenho lido, que tem sido um pouco limitado, tem sido ótimo. Boas reações. Não podemos fazer isto sem nossos fãs e o apoio da nossa fanbase. Quando eles estão animados, nós estamos animados.

Você gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

Dê uma olhada. Venha para um show, se você quer barulho. Rock ' n' roll é a liberdade máxima; acho que ele define a liberdade. Então, vá a um show com todos os seus limites abaixo para curtir uma noite e perder a cabeça. E prepare-se para ser surdo e perder a sua voz – mas é [como] era para ser.

Tradução feita por: Tifany Develles.
Adaptação e revisão: Deusas Do Rock.

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